
O diretor da Escola Militar Tiradentes, o policial Elias Ribeiro Silva, de 54 anos, que confessou ter matado o jovem Claudemir Sá, de 26 anos, em Colniza-MT,foi exonerado do cargo nesta última segunda-feira (24/03/25). A informação foi confirmada pelo secretário de Educação do Estado, Alan Porto. O policial já havia sido afastado do cargo com a prisão em flagrante. k31z
“Todas as providências foram tomadas de imediato, um diretor que foi indicado pelo Comando da PM. Eu conversei com o coronel Fernando [comandante da PM] e exoneramos, ele não faz parte mais do quadro. É importante ressaltar que todos os profissionais que entram dentro das escolas am por um rigoroso processo seletivo, verificamos se não tem nenhum antecedente na sua ficha e suas certidões. Isso foi feito. Infelizmente aconteceu esse fato”, disse o secretário.
Michel Alvim – Secom MT
Segundo o delegado Ronaldo Binoti, o PM aposentado matou o jovem porque teria cismado que o rapaz fazia parte do Comando Vermelho, apesar de não ter nenhum indício disso. O diretor teria ficado irritado porque mulheres para quais ele pagara cerveja haviam se sentado com os jovens no bar. Não houve nenhuma confusão anterior que motivasse o crime.
Claudemir não tinha agens criminais e era querido na região. O crime aconteceu na noite desse domingo (23). Testemunhas foram ouvidas nesta segunda-feira (24). Segundo o delegado, uma testemunha relatou que o policial chegou ao local com algumas mulheres, para quem pagou cervejas. Num dado momento elas teriam se sentado na mesa de Claudemir. Elias saiu da mesa em que estava e se sentou com garçons do estabelecimento. Ele reclamou com os funcionários, dizendo que pagou bebida para as meninas o dia todo e agora elas estavam sentadas com “faccionados”. Nesse momento, o diretor falava em “matar todo mundo”.
Em seu interrogatório, o policial militar aposentado afirmou que ao retornar do banheiro do bar fora abordado por alguém dizendo que o disciplina do Comando Vermelho queria falar com ele. Segundo ele, o disciplina seria Claudemir, que teria dito que Elias estaria oprimindo os irmãos da facção no Colégio Militar. O policial afirmou que houve uma discussão, que o jovem teria se levantado, feito menção em sacar uma arma, obrigando-o a reagir.
No entanto, a versão contradiz as imagens registradas por câmera de segurança, que em nenhum momento mostram o rapaz se levantando ou ameaçando o policial. “Trata-se de uma versão completamente fantasiosa, contrastada tanto pelas imagens de videomonitoramento quanto pelos depoimentos das testemunhas. Elias atirou à queima-roupa contra um rapaz completamente inocente, que estava mexendo no celular quando fora atingido, simplesmente pelo fato de não ser correspondido pelas mulheres com quem esteve durante o dia. As imagens são completamente repugnantes e não condizem com o comportamento esperando por integrantes das forças de segurança”, disse o delegado.
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O caso
Nas imagens da câmara de segurança do local, é possível ver o policial chegando na mesa em que estava Claudemir e mais duas pessoas. Eles conversam por menos de um minuto, quando o PM atira no rapaz. Ele sai correndo da mesa, e em seguida os outros dois amigos levantam e correm também.
O policial fica no lugar ainda, andando com a arma, aparentemente embriagado. Alguns clientes que estavam no bar também fogem. No entanto, em pelos menos três meses clientes continuam tomando cerveja e conversando, como se nada tivesse ocorrido. O policial ainda fica parado olhando em volta, com a arma na mão, em pé, no local. Depois, ele guarda a arma normalmente.
De acordo com o boletim de ocorrência, após o crime, o policial fugiu em uma moto. Quando a PM chegou no local, encontrou a vítima, ensanguentada, caída na calçada, sendo segurada por populares. O Samu foi acionado, compareceu no local e constatou o óbito da vítima.