
A pesquisa ouviu 1,9 mil brasileiros e elencou os golpes mais utilizados por cibercriminosos. São eles:
1.Golpe do produto ou loja falsa – 22%
2.Golpe do falso parente pedindo dinheiro – 20%
3.Golpe da falsa oportunidade de investir ou multiplicar dinheiro – 18%
4.Golpe da compra de produto de uma rede social hackeada – 12%
5.Golpe da falsa central de atendimento/gerente – 9%
Golpe do produto ou loja falsa
– Nessa modalidade de golpe, os cibercriminosos criam páginas de sites ou de redes sociais para simular a venda de produtos. Geralmente, as ofertas são publicadas com preços muito abaixo do praticado no mercado.
– Os cibercriminosos usam as redes sociais, sobretudo o Instagram, e páginas de sites de lojas falsas como iscas. O pagamento é sempre feito via Pix, sem uso de boleto ou cartão de crédito.
– A recomendação é sempre verificar a reputação da empresa ou checar a URL do site para saber se condiz com o que aparece no anúncio.
Golpe do falso parente pedindo dinheiro
– Esse golpe virou febre no Brasil. Os golpistas clonam o número de WhatsApp da vítima e, a partir dos contatos na agenda, pedem dinheiro emprestado de uma pessoa de confiança.
– A principal história utilizada no golpe é a de um parente que pede, com urgência, determinado valor emprestado por não conseguir transferir dinheiro a outra pessoa ou por estar com a conta bancária bloqueada.
– Sempre desconfie dessa prática e faça perguntas que somente o familiar poderia responder. Você também pode ligar para confirmar o pedido via ligação ouvindo ou até mesmo a pessoa vendo a pessoa via videochamada.
Golpe da falsa oportunidade de investir ou multiplicar dinheiro
– O retorno rápido de investimentos em fundos ou até mesmo joguinhos, como é o caso do Tigrinho — que virou alvo de investigação e já levou gente para a cadeia— também está entre os mais citados entre as potenciais vítimas dos golpes do Pix.
– A atração das vítimas também ocorre nas redes sociais, geralmente usando perfis fakes ou até mesmo influenciadores, ostentando luxo para ganhar a confiança das vítimas e parecer que o retorno do dinheiro investido é garantido. Também são usados falsos prints e depoimentos duvidosos de gente que teria ganhado.
Golpe da compra de produto de uma rede social hackeada
– Nesse golpe, a prática é parecida com a do produto falso. A diferença, contudo, está no hackeamento de lojas que, de fato, existem. Os cibercriminosos invadem as redes sociais ou sites de empresas conhecidas e oferecem produtos abaixo do valor de mercado.
– A credibilidade da empresa que teve a conta invadida atrai as vítimas, que acabam comprando o produto. O problema é que o dinheiro não vai para a empresa nem o produto ao cliente.
Golpe da falsa central de atendimento/gerente
– Com base em dados vazados, os cibercriminosos obtêm o número de telefone de potenciais vítimas e entram em contato, simulando que são funcionários do banco.
– Em geral, os golpistas relatam algum problema na conta bancária da vítima e dizem que é necessário a pessoa realizar determinado pagamento via Pix para resolver o suposto ime financeiro.
– Os bancos alertam que não entram em contato via telefone ou mensagens de texto para pedir qualquer valor.
Por que o Pix é visado por golpistas
Apesar da popularidade do Pix na aplicação de golpes, Márcia Netto, CEO da Silverguard, ressalta que o mecanismo não pode ser considerado o vilão, pois ele democratizou e facilitou as transações financeiras.
A especialista frisa que o problema é o aperfeiçoamento cada vez maior das artimanhas dos cibercriminosos de engenharia social, técnica usada para enganar potenciais vítimas a fornecer dados ou dinheiro a partir de falsas histórias.
“O Pix acaba parecendo o culpado devido ao seu enorme sucesso e à democratização financeira, mas possivelmente os golpes aconteceriam com outros meios de pagamento ou transferência, ou seja, o verdadeiro vilão não é o Pix e sim a supercriatividade e elaboração dos golpes de engenharia social.”
– Márcia Netto, CEO da Silverguard
Para Longinus Timochenco, vice-presidente de cibersegurança da Clear IT, empresa que oferece soluções de proteção de dados, os golpes do Pix ainda têm aderência por falta de informação das vítimas.
“Em nossa visão, o golpe do Pix ainda é bastante vulnerável para o cidadão brasileiro, por isso o alto volume de ataques. Isso acontece porque o consumidor tem pouco preparo e consciência sobre acontecimentos dessa natureza, além da baixa aderência à boas práticas de proteção, uma vez que os criminosos estão inovando suas técnicas constantemente.”
– Longinus Timochenco, da Clear IT
Perdi dinheiro via Pix, tem como recuperar?
Se você caiu em alguma modalidade do golpe do Pix, ainda há chances de recuperar o dinheiro através do MED (Mecanismo Especial de Devolução). Ele deve ser acionado o mais rápido possível através do contato com o seu próprio banco.
Tilt mostra aqui o o a o. Também é recomendável que você tome as seguintes medidas:
Interrompa a comunicação com o golpista: corte qualquer contato com o cibercriminoso.
Documente o golpe: anote horários, números de telefone e guarde conversas de WhatsApp.
Acione o MED: através do sistema, é possível recuperar o valor caso o dinheiro ainda esteja na conta do golpista.
Faça um boletim de ocorrência: o registro de boletim de ocorrência também é imprescindível para recuperar o dinheiro e eventualmente chegar ao cibercriminoso. E nem precisa sair de casa. Saiba aqui como fazer o registro no seu estado.
FONTE: UOL